19.7.16

Em diferido. #51

Gente com traquejo algarvio - A questão impõe-se, tão válida. Volta e meia esqueço-me, volto à expressão. Por seu turno, depois de me atiçarem a justificação, depressa me lembro que não faz sentido. Ainda assim, deixo-me tentar. Entre amigos e, ironicamente, aqui no blogue, a discussão teve semente e deu frutos. Gente bonita. Pessoas com pinta. Tipos arranjados e miúdas aperaltadas. Não é ficção, é o espelho da observação. Não é coisa certa e universal. É o entendimento da definição. No Algarve de verdade, com encantos travessos e paixões que tiram o folgo, assisto à desconstrução. O mar não mente, é água com tom imaginado de céu, ondula conforme indicação, a areia brilha por força da cor fina e da luz que reflecte. Os escassos chapéus-de-sol são coloridos, as pessoas estendidas. Outros, entre cá e lá. Poucas pessoas, alguns turistas curiosos. Também amantes e conhecedores da quão bravia e montês pode ser esta região. Mergulhos em água fria, ganha a excelsa vista. Lá ao fundo, quase a perdê-los de vista, um velho casal. Desprotegidos do sol, lêem livros pesados, tão grossos que consigo entrever. Aqui, bem mais perto, três jovens mulheres ganham o desejado tom dourado na pele. Mexem o corpo com a convicção de quem tem vinte e tal anos e não passa despercebida. No meio das ondas avessas, uns quantos tipos a divertirem-se, enquanto fazem por manter-se em equilíbrio na prancha, que o surf é ordem e lição por aqui. Fico entretido nisto. Até voltar a calçar as minhas alpercatas e seguir caminho. Não sem antes tirar-te uma fotografia. Algarve encantado este. E com gente bonita.

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