Solta
uns vocalizes. Faz os típicos exercícios de voz, sem apontar notas ou palavras.
Antecipa a letra, a música e o volume. Há-de chegar Aretha Franklin. É
impossível tocar-lhe, mas vem uma interpretação entusiasmada e sentida. Gabo as
vozes certas, os tempos sabidos de memória, a música e o compasso na ponta do
entendimento. O compromisso certeiro entre o querer muito e o fazer melhor.
Fico a assistir, meio embevecido, quando as vozes me atraem. A voz colocada, o
microfone mesmo à frente, uns tipos a tocar, uns amigos a sentir e a comunhão
acontece. Neste cantinho um tanto escurecido, acontece fazer-se, com empenho,
música de qualidade. Os instrumentos são conduzidos de feição, ouvem-se os
primeiros acordes, aludem a outros nomes e compõem a exposição. Não é mentira
se garantir que gozo do prazer de ter grandes amigos, bem mais, tenho o gosto
de ter amigos muito talentosos. No verão, com Agosto a começar, funciona largar
todo e cada pedaço de areia, de sol a queimar e das ondas a relaxar, para sentar
algures, ouvir cantar e tocar. Aplaudir e felicitar no final é um pertinente
ponto final. Logo depois, há verão outra vez. A lamentar só o facto de não ser
um dos dotados. Assim, aceito um copo e mais uma rodada de calor.
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